quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Cheira a sexo na Patolândia

interlúdio

Pomos de lado o Romeu e a Julieta, por ora, pois tão intensa reviravolta na história carece de mais erotismo, quiçá sexo explicito!
"O arquitecto, o pato, a sua mulher e o amante"
Os nossos dois patos trocavam mails, pelo Hotmail só pelo nome quente do provider, promessas de amor eterno, conversas perversas, a grosseria intencional de um "comia-te como um porco come um balde de restos"...
- imagina que te encosto à parede da sala grande e com os meus dedos, torcidos, enredados nos fios dos teus cabelos, obrigava-te a beijar toda a pele que te fosse permitida.
- imagina que te peço para me tocares nos seios! Eras capaz? Eras?? Mesmo sabendo que alguém podia entrar??
- Claro que sim! Ninguém entra naquela sala sem ser Ele, e Ele está longe.
O pato, estremeceu, embraveceu como um boi no cio. Ela abriu as pernas, e mostrou uma papaia madura, que pulsava vida e desejo. O pato mergulhou nos seus fartos e encrespados quadris numa dança tântrica com uma cadência ritmada e acelerada.
- Será que alguém ouviu??
- Não está cá ninguém meu amor! Mandaste todos para casa. Lembras-te? Só Ele poderia aparecer e a audição não é certamente o seu sentido mais apurado.
Ela, chorava de contentamento e implorou:
- Bate-me! Bate-me porque quero gritar! Bate-me porque quero mostrar a todos que isto faz-me mulher, viva! Bate-me por ter um arquitecto amorfo em casa! Bate-me por tudo o que estou a fazer!
Ele bateu e ela grunhiu de prazer.
Hoje o marasmo de sempre. Nós, os outros patos, submissos, fingimos pensar o que o óbvio mostra.
Hoje, como nunca, cheira a sexo na patolândia.

2 comentários:

Anónimo disse...

fiquei deliciado com este conto SOBRE A FORMA E A ARTE DO BETÃO de forma tal que me tornei desde já assinante da revista ARQUITECTURA INSULAR e O NOVO URBANISMO NO MONTE ABRÃO, é tal a força e o ímpeto que nos deixa prostados e exaustos com o climax das tendencias é forte a força do estirador e o traço da mina...esclareçam-me!!! falava-se acerca das tendências do pos-moderno e do descontrutivismo? certo!

Anónimo disse...

"No regresso da migração de Inverno, alguns patos-bravos (Annas
platyrhynchos) utilizam os maciços de vegetação mais densa para nidificarem.
O comportamento reprodutor de Annas platyrhynchos é bem conhecido. Na época da reprodução formam casais monogâmicos mas cada macho fecunda também outras
fêmeas tendo assim cada ninhada vários progenitores."