quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Cheira a sexo na Patolândia

Cheira a sexo na Patolândia
Parte terceira

Dostoiévski joga com o limiar da liberdade do homem e com a possível redenção pelo crime. No seguimento da nossa história o jovem e rebelde Raskolhnikov vê como solução para a decadência da sua família a morte da abastada Aliona Ivanovna. Na versão dos patos, a história termina com a despedida Raskolhnikov, diante duma Aliona destroçada. O amor que os uniu separou-os por uns anos.

"There is no world without Verona walls, But purgatory, torture, hell itself. Hence-banished is banish'd from the world, And world's exile is death: then banished, Is death mis-term'd: calling death banishment, Thou cutt'st my head off with a golden axe, And smilest upon the stroke that murders me"(William Shakespeare)

Anos depois, já em Verona, os amantes reencontram-se. Ele, agora Romeão e ela Julhiêta.... Julhiêta já casada com Corpuleto vive um amor proibido com Romeão. Os lances deste amor fadado à morte e a obstinação dos pais sempre exaltados que teve fim naquela triste sorte.

JULHIÊTA: Quem és tu que, vestido de noite, descobres os meus segredos?
ROMEÃO: Amo-te.

JULHIÊTA: Romeão, Romeão! Ah! por que és tu Romeão? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Corpulenta deixarei de ser logo.
ROMEÃO: Amo-te.

JULHIÊTA: Sabe-lo bem: a máscara da noite cobre-me agora o rosto; do contrário, um rubor virginal pintar-me-ia, de pronto, as faces, pelo que me ouviste dizer neste momento. Desejara – oh! minto! – retratar-me do que disse. Mas chega! Chega de formalidades! Amas-me? Sei que vais dizer-me "sim", e creio no que dizes. Se o jurares, porém, talvez te mostres inconstante, pois dos perjúrios dos amantes, dizem, que deverás sorrir. Ó meu gentil Romeão! Se amas, proclama-o com sinceridade; ou se pensas, acaso, que foi fácil a minha conquista, vou tornar-me ríspida, franzir as minhas grossas sobrancelhas e dizer "não", porque me faças novamente a corte. Se não, por nada, nada deste mundo. Belo Montecchio, é certo: estou perdida, louca de amor; insaciada, virgem de alma e de trás, daí poderes pensar que o meu procedimento é assaz leviano; mas podeis crer-me, cavalheiro, que hei-de mais fiel mostrar-me do que quantas têm bastante astúcia para serem cautas. Poderia ter sido mais prudente, preciso confessá-lo, mostrei demasiado a todos que até Páris percebeu (Parente nobre de Escalo) e apressou-se a contar a Escalo (príncipe de Verona), se não fosse teres ouvido sem que eu percebesse, minha veraz paixão. Assim, perdoa-me, não imputando à leviandade, nunca, meu abandono pronto, descoberto tão facilmente pela noite escura.
ROMEÃO: Amo-te.

JULHIÊTA: Em Tebalda e Gregória (empregadas de Escalo) podereis confiar! Mas temo todos os outros Montecchios! Temo que vejam a indumentária íntima, floreada e 100% algodão, porque nela descansa o pajem que me arrebata, sacia e trespassa as entranhas.
ROMEÃO: Amo-te. Juro!

JULHIÊTA: Pára! não jures; muito embora sejas toda minha alegria, não me alegra a aliança desta noite; irreflectida foi por demais, precipitada, súbita, tal qual como o relâmpago que deixa de existir antes que dizer possamos: Ei-lo! brilhou! Boa noite, meu querido. Que o hálito do estio amadureça o meu botão do amor, para que possa numa flor delicada transformar-se, quando a desflorares. E que da manhã possas ter a mesma calma que neste instante se me apossa da alma.
ROMEÃO: Já te tinha dito que te amo?

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